Rua Manoel Dutra Santana

por India Porã publicado 30/07/2013 10h05, última modificação 08/01/2018 15h28
Rua Manoel Dutra Santana, na cidade Indiaporã SP, foi denominada pela Lei 3/1965 Indiaporã SP 02/04/1965.

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Lei 3/1965 Indiaporã SP 02/04/1965 - Rua Manoel Dutra Santana

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India Bonita MANOEL DUTRA DE SANT'ANNA

               O senhor Manoel Dutra Sant’Ana, morador do vilarejo denominado Ribeirão Claro, hoje Guapiaçú, foi atraído pelas beneses que ofereciam os sertões paulistas, onde lhe ofereceram uma propriedade de terras, com matas virgens, inabitada, que prometia ser um mundo encantado.

               Seduzido pela memorável oferta, o senhor Manoel Dutra, homem destemido, com espírito desbravador, decidiu conhecer o eldorado, lugar situado às margens do Rio Grande, nas imediações do ribeirão Água Vermelha, próximo ao Salto da Água Vermelha.

             Fez a viagem de reconhecimento em 1913, partindo de Ribeirão Claro, a cavalo, pela estrada boiadeira que ligava São José do Rio Preto ao Porto Taboado, passando por Monte Aprazível, Tanabi, Marinheiro e ribeirão Santa Rita, seguindo na margem deste ribeirão até a desembocadura no Rio Grande, onde havia um porto rudimentar, que só tinha canoas para atravessar passageiros ou animais a nado.

               Ali, ele contratou um canoeiro que o conduziu até o ponto onde se encontrava a terra prometida. Olhou, gostou e fechou o negócio, baseando-se no mapa da gleba que pertencia à família Queirós, mas Manoel Dutra só comprou 1.900 alqueires, que foram adquiridos do Coronel Spínola de Castro.

               Depois, voltou para Ribeirão Claro, organizou a mudança e, em 1914, se pôs a caminho para tomar posse da nova propriedade.

                 O meio de transporte foi carro-de-boi. Vieram em quatro carros.

              Manoel Dutra Sant’Ana era casado com Maria Inocência e conceberam 8 filhos, sendo eles: Joaquim Sant’Ana, Eleodóro Sant’Ana casado com Camila Ferreira de Jesus, Pedro Sant’Ana casado com Maria de Oliveira, João Sant’Ana, Inocêncio Sant’Ana casado com Cândida Isaura Santa Cruz, Ambrosina Sant’Ana casada com Eleodóro de Oliveira, Maria Teodora casa com Miguel (Miguelão) e Maria Márcia (Máxima) casada com Luiz Gonzaga e Jacinta Inocencia de Souza casada com Cândido José da Silva.

               Apenas quatro filhos o acompanharam na primeira mudança: Joaquim, Pedro, Eleodóro e João. Os outros vieram tempos depois.

               Com a mudança, vieram juntas outras famílias: Quinca Baiano (Nho Quim) e Delfino Amâncio dos Santos e esposa dona Luiza dos Santos.

                Os mudanceiros se instalaram na barra dos córregos Formoso e Lageado.

               Manoel Dutra não foi muito feliz na compra da propriedade, pois posteriormente perdeu 900 alqueires de terras, numa demanda com o senhor João Gabriel.

               A principal fonte de renda nessa época era o porco gordo, que era transportado em carros-de-boi para Tanabi, onde era comercializado em troca de provisões.

               Naquela época, a vida dos sertanejos era tão rotineira, no sentido de ir e vir, que estavam sempre se encontrando nas estradas ou na vila e, desta feita, o senhor Manoel Dutra se encontrou, em Tanabi, com uma pessoa que iria mudar o roteiro de suas viagens, senhor Belarmino Ferreira. Travaram conhecimento, falaram sobre os pontos geográficos onde moravam. Manoel Dutra, na barra do córrego do Formoso; Belarmino, na margem do ribeirão Marinheiro, mais ou menos entre os lugares onde ficam hoje Santa Isabel e Álvares Florence.

               Discutiram as posições e chegaram à conclusão de que era possível fazer uma estrada que, além de diminuir a distância para o senhor Manoel alcançar a vila, as duas famílias poderiam se avizinhar. Aí, combinaram a estratégia e, ao voltar à sua casa, o senhor Belarmino ateou fogo no sapezal que ficava no varjão do ribeirão perto da sua casa. Manoel Dutra observou ao longe uma fumaça se levantar. Como havia organizado um mutirão entre parentes e vizinhos, marcharam naquela direção, utilizando-se de dois carros-de-boi, munidos de machado, enxadão, traçador, material de cozinha, espingarda, facão, alguns cachorros e partiram margeando o ribeirão Água Vermelha; aí descobriu-se o córrego Barreirão. Logo adiante, atravessaram o ribeirão Pádua Diniz. Ao chegar no córrego da Estiva, descobriram que não estavam sozinhos. Depararam-se com outros aventureiros que estavam morando naquelas paragens. Era o senhor João Ignácio de Souza e família. Travaram conhecimentos e Manoel explicou o motivo da façanha. João Ignácio se inteirou do assunto, se juntou ao grupo e foram em frente: córrego do Barro Preto, Angico, córrego das Pedras e finalmente a alegria de encontrar, conforme o combinado, a família do senhor Belarmino.

               A partir daí, se estabeleceu um novo roteiro para as famílias Sant’Ana e Ignácio de Souza. 

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Texto extraído do Livro Memórias de Indiaporã, Editora Ferjal 2000, Adelino Francisco do Nascimento, páginas 25 e 26.

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 Manoel Dutra de Sant'Ana está sepultado em...

Considerado por alguns como a família mais antiga desta região de Indiaporã.

Data de falecimento: ______                                           

Data de Nascimento_______

Local de Nascimento______

 Pai_____________________

Mãe_____________________